Bagagem de Risco é um filme de ação natalino que se passa majoritariamente nos cenários restritos de um aeroporto. Essa característica potencializa a tensão porque os personagens não têm para onde correr na resolução dos desafios que a trama impõe. O longa-metragem envolve uma proposta simples e repleta de suspense. Isso ocorre em um contexto no qual os filmes no mesmo estilo muitas vezes se perdem na busca pela complexidade em multiversos e cenas de ação desenfreadas e artificiais.
Aliás, muito do mérito da obra vem do excelente diretor Jaume Colett Serra, que explorou ao máximo o potencial dos ótimos A Órfã e Águas Rasas. Esse último guarda algumas similaridades no estilo com Bagagem de Risco, ao trazer Blake Lively perseguida por um tubarão. Dessa forma, o cineasta mostra mais uma vez ser hábil em imprimir ritmo e tensão que levam tramas simplistas a caminhos intrincados.
Ethan Kopek (Taron Egerton), um jovem agente da TSA, enfrenta o desafio mais difícil de sua carreira na véspera de Natal. Afinal, ele é chantageado por um viajante misterioso (Jason Bateman). Este o obriga a deixar um pacote perigoso passar em um voo. Para piorar, a chantagem é pessoal. Isso porque o vilão ameaça a namorada grávida de Etha (Sofia Carson).
Então, com sua vida e a de sua família em risco, Ethan precisa usar todas suas habilidades e recursos para enganar o chantagista. E, com isso, evitar um desastre aéreo. Mas, à medida que a tensão aumenta e o prazo se aproxima, Ethan começa a questionar se está apenas cumprindo ordens ou se há mais algo em jogo. Afinal, o destino do voo e a vida de centenas de passageiros dependem de suas ações.
Assim, o roteirista TJ Fixmann aposta em um conceito clássico e inteligente de ‘o que você faria’ se tivesse na situação do protagonista. Essa proposta ajuda a desenvolver empatia pelos personagens, junto ao bom elenco, e a transformar momentos chavões em situações carregadas de suspense.
Com isso, Bagagem de Risco se fortalece pela atuação carismática, mas contida, de Taron Egerton. Afinal, o protagonista é inteligente e humilde ao deixar o destaque para as reviravoltas e desempenhos mais densos e impactantes. Nesse sentido, destacam-se o rumo inesperado da policial interpretada por Danielle Deadlawyer e o vilão caricato de Jason Bateman. Já Sofia Carson segue a mesma linha do par romântico em um desempenho forte e discreto.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber dos canais “Mundo Autista” e “Filmes Para Sempre“, crítica de cinema no “Portal UAI” e no “Letterboxd” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
De Volta à Ação, filme da Netflix com Cameron Diaz, Glenn Close e Jamie Foxx.…
Primas e amigas: Uma conexão que vai além do Espectro Autista. Vídeo no YouTube, com…
Será que os psiquiatras que viciaram a minha filha em rivotril dormem à noite? Afinal,…
Maxxxine é o terceiro filme da trilogia iniciada com X - A Marca da Morte…
Pânico 2 é melhor do que o original? Continuação discute temas como trauma, objetificação feminina…
Eu me perdi de mim, de repente, embora sorrateiramente. Aliás, desde a pandemia. Assim, sem…