Arte e entretenimento

Crítica: As Trapaceiras (2019)

É difícil assistir a um filme sem criar alguma expectativa sobre ele. Isso pode ocorrer mesmo que tenhamos nos mantido longe dos trailers e outros materiais de divulgação. Assim, “As Trapaceiras” é um exemplo de como uma obra pode nos decepcionar apenas pelo que o título e as protagonistas sugerem. Isso porque mesmo tendo em destaque a eficiente comediante Rebel Wilson e Anne Hathaway, que é uma das melhores atrizes da geração dela, o longa-metragem carece de vida.

Rebel Wilson e Anne Hathaway protagonizam comédia de golpe

Dessa forma, Josephine (Anne Hathaway) e Penny (Rebel Wilson) são duas manipuladoras. Ou seja, ambas são conhecidas pela arte de extorquir milionários. Mas, enquanto a primeira é sofisticada, a segunda tem métodos muito menos elegantes. Assim, Josephine aceita Penny como sua pupila. Porém, logo percebe que na verdade a intenção era usá-la para um golpe específico. E, em seguida, descartá-la. Então, surge uma disputa entre elas. O foco é quem conseguirá antes a quantia de US$ 500 mil de Thomas Westerburg (Alex Sharp). Ele é um prodígio da tecnologia que está hospedado na cidade.

A ideia de uma produção estrelada por duas anti-heroínas é muito interessante e remete a sucessos como “Oito Mulheres e um Segredo”, que também trazia Anne Hathaway entre os destaques. E, no caso, em uma excelente interpretação. Com isso, a produção mostrava de maneira divertida e envolvente como é perigoso subestimar as mulheres. Já “As Trapaceiras” segue um viés similar e até tenta ampliar um pouco a discussão. Afinal, propõe abordar também os danos da arrogância e do sentimento de superioridade. Contudo, o filme é morno e carece de momentos engraçados.

As Trapaceiras e Convenção das Bruxas: o que aconteceu com Anne Hathaway?

Para piorar, nem as atrizes conseguem melhorar este resultado. Por exemplo, não há como questionar que Anne Hathaway é uma intérprete excepciona. Isso porque ela já viveu personagens diversos com a mesma densidade e energia em obras variadas em aspecto e quantidade. Porém, em poucas oportunidades encontrou-se tão desperdiçada e perdida em uma produção. Com isso, a atriz chega a empalidecer até mesmo perto de Rebel Wilson, que apresenta interpretação também pouco inspirada. Some-isso à dinâmica frágil entre as protagonistas e temos, ao lado de Convenção das Bruxas (2020), um dos piores trabalhos da carreira de Anne Hathaway.

Avaliação

Avaliação: 0.5 de 5.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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