Abracadabra é a obra-prima definitiva do Halloween? Confira a crítica de Sophia Mendonça para o Portal UAI.
Abracadabra (1993) é um filme excêntrico e assustador voltado às crianças e ao entretenimento familiar. Sò por essa ideia de direcionar um terror com bases muito pesadas a um público bem jovem, o longa-metragem já mostra ousadia. E mais, o que se vê na tela é uma mistura de elementos cômicos e aterrorizantes que exala extravagância.
Esta produção criativa e corajosa se tornou um fenômeno cultural, que até hoje é lembrado como a obra-prima definitiva de Halloween. Isso se deve aos diálogos impactantes e engraçados, aos desempenhos caricatos e exagerados e ao tom burlesco que ronda a narrativa. Assim, há algo de muito forte na história, mas o desenvolvimento disso é esquisito e não se leva a sério. Sem contar no excelente trabalho técnico, o que inclui dos figurinos a maquiagem e efeitos visuais. Para complementar a diversão, há a interpretação icônica de Bette Midler como a líder das bruxas.
Winnie (Bette Midler), Sarah (Sarah Jessica Parker) e Mary (Kathy Najimy) são três bruxas do século XVII, que chegam ao século XX após seus espíritos serem evocados no Dia das Bruxas. Banidas há 300 anos devido à prática de feitiçaria, elas estão dispostas a tudo para garantir sua juventude e imortalidade. Porém, precisarão enfrentar três crianças e um gato falante, que podem atrapalhar seus planos.
O enredo, que envolve uma criança transformada em gato e bruxa que querem se alimentar da vida das crianças, abusa de humor perverso e de um clima aterrorizante regado a gargalhadas vilanescas. Assim, há um teor cômico adulto e todas as convenções de Halloween sustentando uma trama de confusões intermináveis. Essas características tornam-se evidentes graças ao humor politicamente incorreto e aos riscos pesados que a história envolve.
No mais, Abracadabra parece mais uma coleção de esquetes do que uma narrativa única e amarrada. Porém, isso tudo serve à natureza maluca e, ao mesmo tempo, sombria, da produção. Então, há uma série de momentos memoráveis, com direito a interferências musicais memoráveis. Com isso, Abracadabra é fabulosamente original e inteligente. Dessa forma, torna-se uma experiência única de um jeito que poucos filmes podem se orgulhar de ser. Além disso, o cineasta Kenny Ortega compreende o Halloween com uma precisão impressionante e sem medo de inovar ou de abraçar o ridículo.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
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