A Batalha do Biscoito Pop Tart (2024) é uma comédia que mistura fatos históricos, enredos inventados e brincadeiras humorísticas na tentativa de contar a história de uma marca prestigiada nos Estados Unidos. Além disso, o filme da Netflix e com protagonismo e realização de Jerry Seinfeld revela-se muito bem produzido na recriação dos anos 60. O que oferece farto material para a sátira. Aliás, essa é uma fórmula que deu muito certo em Barbie, que considero o melhor filme de 2023. Mas, em vez disso, temos aqui provavelmente um dos filmes mais inócuos dos últimos anos.
Este longa-metragem é um fiasco como comédia e sequer consegue despertar algum interesse pela narrativa, nem se o reduzirmos ao simples teor de vender um produto. Essa impressão de propaganda reina durante a projeção. Mesmo assim, o filme não tem paixão aparente. Com isso, A Batalha do Biscoito Pop Tart carece de uma comunicação básica até mesmo do motivo de sua existência.
Dessa forma, se a priori parece querer se estabelecer como diversão para toda a família, seguindo um estilo humorístico inspirado em Jerry Lewis e Looney Tunes, a obra já começa com o pé esquerdo. Afinal, ela carece do espírito anárquico dos clássicos. Assim, o filme aposta no humor de situação, em trocadilhos pretensamente engraçados e até na escatologia. Tudo por uma gargalhada ou sorriso que não vem. Isso porque é tudo óbvio demais.
Nem o elenco de comediantes consegue dar uma forma ou graça à produção, que no fim mais parece uma colagem de esquetes disfuncionais. Assim, A Batalha do Biscoito Pop Start desperdiça o talento de uma série de astros que interpretam figuras reais no filme. Estes vão desde Hugh Grant, como o dublador do mascote da companhia, até Dean Norris como o primeiro ministro soviético. Nenhum deles apresenta nada divertido nem relações contundentes com outros personagens.
Sophia Mendonça é jornalista e escritora. Também, atua como youtuber do canal “Mundo Autista” desde 2015. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Sophia também é formada nos cursos de crítica de cinema “A Arte do Filme” (2018) e “Teoria, Linguagem e Crítica Cinemtográfica” (2021), do professor Pablo Villaça. Assim, em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Já em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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