Crise ou Grosseria do Autista? Não, Apenas Frustração. O Rótulo Fácil de "Colapso Mental" para a suposta Crise ou Grosseria do Autista.
Você já interpretou a fala direta de uma pessoa autista como Crise ou Grosseria do Autista? Afinal, esta é uma situação comum, mas que esconde uma realidade muito mais profunda.
É que, muitas vezes, o que você vê como grosseria em uma pessoa autista pode ser, na verdade, uma maneira de comunicar frustração.
É fácil observar uma reação intensa e rotular isso rapidamente como uma “crise” ou um “colapso mental”. Isso porque a sociedade se acostumou a ver a expressão autista através da lente do transtorno.
No entanto, há um perigo real nessa simplificação. Afinal, usar um diagnóstico para invalidar uma percepção ou uma opinião é crueldade. Então, quando alguém nos diz que estamos “sendo autistas em crise” apenas por expressar um descontentamento, ela silencia nossa voz e invalida nosso sentimento.
Muitas vezes, o que parece agressivo é só um esforço para ser compreendida. Isso porque, em um mundo que frequentemente não nos ouve ou minimiza nossas experiências, a comunicação pode se tornar mais enfática, mais direta.
Portanto, isso não é um ataque. Afinal, a intenção é dialogar, não atacar. É, na verdade, uma tentativa de romper a barreira da incompreensão e finalmente fazer com que outro receba a mensagem.
Então, antes de julgar a forma, que tal prestar atenção no conteúdo?
Isso porque, por trás de um tom de voz que pode parecer ríspido, existe uma mensagem. Portanto, é importante refletir: o que aquela pessoa realmente tenta izer? Qual é a frustração que ela busca comunicar?
Afinal, pessoas autistas não são um transtorno ambulante. Na verdade, somos seres humanos querendo ser ouvidos
.Por isso, da próxima vez que você perceber o que parece ser “grosseria”, respire fundo e escute de verdade. Dessa forma, você pode se surpreender. E encontrar não um ataque, mas um pedido de compreensão.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UFPel). Idealizadora da mentoria “Conexão Raiz”. Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).
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