“Convenção das Bruxas (2020)” é a mais nova adaptação do livro de Roald Dahl. O autor assinou outros sucessos que também ganharam mais de uma versão para o cinema. Por exemplo, “Matilda” e “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. Da mesma forma, o livro que originou este filme já gerou um jovem clássico em 1990, que trazia uma performance icônica de Anjelica Huston no papel principal.
Este remake tem a grife Robert Zemeckis na direção, qu é um cineasta conhecido pelo brilhante trabalho com histórias inventivas aliadas a efeitos visuais brilhantes e inovadores. Além disso, o longa-metragem tem protagonismo de duas grandes atrizes, ambas vencedoras do Oscar. Porém, a obra decepciona. Assim, não consegue escapar das comparações com a versão anterior.
Ou seja, mesmo com maior fidelidade ao livro, “Convenção das Bruxas (2020)” soa como um entretenimento descartável e com pouca emoção. Dessa forma, a obra acompanha um garoto de sete anos que se depara com uma conferência de bruxas em um hotel. Lá, ele descobre que um grupo de bruxas pretende transformar todas as crianças do mundo em ratos.
O grande problema do novo “Convenção das Bruxas (2020)” é o roteiro. Isso ocorre embora ele seja assinado pelos competentes Robert Zemeckis, Kenya Barris e Guillermo Del Toro (vencedor do Oscar por “A Forma da Água“). Porém, tal script deixa muito a desejar. Com isso, mina até mesmo as possibilidades que o longa-metragem poderia trazer ao seu favor.
Dessa forma, “Convenção das Bruxas (2020)” apresenta personagens rasos e diálogos sem densidade. Isso é ao contrário do que acontecia na adaptação de 1990. Além disso, evidencia um tom maniqueísta datado. Para piorar, tanto o humor quanto o terror deixam a desejar nessa nova versão. Esta não deixa de ser uma decepção gigantesca vinda do cineasta vence dor do Oscar por “Forrest Gump”. E com um currículo admirável. Afinal, o conjunto da obra do diretor inclui a clássica trilogia “De Volta para o Futuro” e “Uma Cilada Para Roger Rabbit”.
Dessa forma, “Convenção das Bruxas (2020)” tem efeitos especiais muito mais modernos que o excelente “A Morte Lhe Cai Bem” (1992), do mesmo diretor, que guarda semelhanças estilísticas com este longa-metragem. Porém, o longa-metragem dos anos 1990 tinha como foco o público adulto. Mas, a produção de 2020 não tem o charme de qualquer um dos grandes trabalhos de Robert Zemeckis. Até maquiagem mais realista, em comparação à versão de 1990, revela-se um problema sério. Isso porque impede a fruição de um clima tenso e divertido.
Então, resta apreciar os desempenhos correto de Octavia Spencer (“Histórias Cruzadas”) e Anne Hathaway (“Os Miseráveis”). Anne, que é uma das minhas atrizes favoritas, surpreende na interpretação de uma personagem vilanesca. Afinal, é um papel completamente diferente de tudo que ela já fez em uma plural e brilhante carreira. Porém, não consegue dar aquele tom de deboche que fortalecia o trabalho de Anjelica Huston no “Convenção das Bruxas” original.
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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