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Como falar em público sem perder a identidade

Selma Sueli Silva

Selma Sueli Silva dá dicas de como se comportar ao falar em público.

Eu escolhi o curso de Comunicação Social para ter estratégias para as relações sociais. É possível ter estratégia até para falar em público. Como agir durante a apresentação de um trabalho escolar, de uma palestra ou mesmo uma festa? E num grupo de amigos, o que a gente pode falar nessas horas?

Vamos lá, quando a gente está de frente ao público, à uma plateia, nesse momento, pode acontecer da pessoa ficar sem conexão com o corpo e não saber o que fazer com as mãos. Nesse momento, dependendo do assunto que for falado, a melhor coisa a se fazer é segurar um pequeno objeto que você pode, discretamente, pegar. Você roda ele pelas mãos, e vai falando o que você deve falar. Isso, às vezes, serve até para a gente marcar mentalmente, nossa fala, que podemos dividir em tópicos. E vai enxergando o mapa mental: primeiro tópico é isso, segundo tópico, aquilo. E aí, você vai fazendo uma marcação com a caneta. Fica mais fácil.

Aliás, muito cuidado. Você não vai passar uma palestra inteira com um copo d’água na mão porque você pode estar tremendo. Você pode ficar nervoso ao equilibrar aquele copo. Então, tem que ser algo assim que não comprometa, como a caneta. Se você tiver que ler alguma coisa, pegar um papel, você deve se prevenir para não mostrar o tremor das mãos para a plateia. Coloque esse papel em uma espécie de parlatório para apoiar o que estiver em suas mãos. Entretanto, pode ser que em alguns momentos, você não tenha nada disso por perto. Então, o melhor é usar o velho truque da pasta: ela é mais pesada, daí não parece que você está tremendo tanto.

Numa conversa ou em uma festa em que você está em um grupo e, de repente, alguém faz uma pergunta para você e umas cinco pessoas se voltam para você. Para o autista, isso é muito complicado. Ou você percorre os olhos em todo mundo, sem se fixar em ninguém ou, se você preferir, se sentir mais segurança, você até pode fixar

em uma pessoa. É só olhar para aquele espaço entre as sobrancelhas dessa pessoa, não nos olhos diretamente, para você não se desconstruir. Você olha entre a sobrancelha dessa pessoa e imagina no lugar dessa pessoa alguém em quem você confia e com quem tenha liberdade: sua mãe, seu pai, um amigo… E vai falando para essa mãe, esse pai, esse amigo.

É lógico que, se a conversa for sobre coisas da juventude, você não vai imaginar sua mãe lá, porque aí não vai abrir a boca mesmo.

O mais importante, em todas as circunstâncias que citei, é você saber que esse turbilhão de emoções, que normalmente ocorre dentro da gente, não está visível, exceto se a gente der combustível a ele. Se der esse combustível, você sempre vai parecer que está tremendo mais, que está suando mais, que está mais nervoso do que na realidade está. Por isso, nessa hora, você tem que imaginar “o que me faz ficar mais nervos?Se eu olhar para a plateia e me concentrar em somente uma pessoa eu fico mais tranquilo ou menos tranquilo?” Mas você pode preferir olhar e não enxergar ninguém em especial. É só você se abstrair, porque às vezes, se você vir uma pessoa em particular, você pode se dispersar. A nossa experiência tem que nos levar sempre para o conforto.

Mas, se tudo falhar e der errado, você reconhece e confessa. É a melhor coisa. “Gente, vocês vão me perdoar, mas eu estou morrendo de nervoso aqui. Vocês me dão um tempo que eu vou conseguir.” Quando você se humaniza e fala das suas limitações, você tem mais possibilidade de criar empatia com quem você está conversando.

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Mundo Autista

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