"Nada sobre nós, sem nós"

3 sinais de que seu filho autista não está sendo compreendido

Como entender o comportamento do filho autista? Hoje quero falar 3 sinais de que seu filho autista não está sendo compreendido e o que fazer. Isso porque sei que Não é falta de amor, é falta de tradução. Muitas mães de crianças autistas sentem uma dor profunda: amam seus filhos incondicionalmente, mas lutam para compreendê-los. Então, quando o comportamento parece “difícil”, “fora do normal” ou “desobediente”, o que acontece não é desobediência. E sim, uma tentativa de comunicação que não foi compreendida.

O comportamento do seu filho é a forma dele de se comunicar. Portanto, ao aprender a “ler” esses sinais, a dinâmica de toda a família muda. Isso porque o estresse diminui, o vínculo se fortalece e a casa se torna um lugar mais leve. Então, se você se pergunta como entender o comportamento do seu filho autista, aqui estão 3 sinais claros de que ele não está sendo compreendido e o que você pode fazer a respeito.

1. Ele reage intensamente a pequenas situações

Sons altos, luzes fortes, roupas com etiquetas ou pessoas desconhecidas podem ser gatilhos sensoriais para uma criança autista. Então, quando seu filho reage a essas situações com choro, gritos ou fuga, ele não está fazendo uma birra. Ele está, na verdade, pedindo ajuda. Portanto, a intensidade não é falta de controle, é pura comunicação não verbal.

O que fazer:

  • Observe antes de agir. Identifique o que pode ter causado o desconforto sensorial.
  • Valide o que ele sente. Diga algo como: “O barulho estava alto demais, né? Vamos respirar juntos.” Esse simples reconhecimento já ajuda a reduzir a sobrecarga emocional.

2. Ele se fecha quando você tenta ensinar ou conversar

Quando uma criança autista fica em silêncio ou parece “distraída” durante uma conversa, isso pode ser interpretado como desinteresse. No entanto, muitas vezes é um sinal de sobrecarga de estímulos ou cansaço mental. O que parece ser ignorar, na verdade, é a necessidade de um pouco mais de espaço para processar as informações.

O que fazer:

  • Respeite o tempo dele. O vínculo se constrói no tempo da criança, não no nosso.
  • Use frases curtas e um tom de voz calmo. Isso torna a comunicação mais fácil de ser processada.
  • Reforce a segurança emocional. Lembre-o de que você está ali e que está tudo bem.

3. Ele muda de comportamento perto de outras pessoas

Se o seu filho parece se comportar de maneira diferente na frente de familiares, professores ou terapeutas, isso pode ser um sinal de insegurança emocional. Esse comportamento de “camuflar” seus traços para se encaixar e ser aceito é algo exaustivo para a criança autista. Então, lembre-se: ela não está fingindo, ela está sobrevivendo.

O que fazer:

  • Crie um porto seguro em casa. Mostre que em casa ele pode ser quem ele realmente é, sem julgamentos.
  • Não force interações. Não o pressione para “agir como os outros”.
  • Eduque as pessoas ao redor. Ajude familiares e professores a entenderem e respeitarem a forma como seu filho se comunica.

Todas essas situações têm algo em comum: elas não mostram um filho “difícil”, mas sim uma criança que está tentando se fazer entender em um mundo que ainda não fala a sua língua. E o papel da mãe é ser a tradutora desse amor.

Quando você aprende a ler o comportamento do seu filho, o vínculo se torna mais tranquilo, a rotina mais leve e o amor mais calmo. Então, se você quer aprender a se comunicar de forma mais leve e construir uma conexão mais profunda, te convido a conhecer a Mentoria Conexão Raiz.

Quer aprender a traduzir o amor do seu filho e reconstruir a comunicação na sua casa?

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Autora

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Idealizadora da mentoria “Conexão Raiz”. Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).

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