"Autistas são um alvo fácil para o relacionamento abusivo", afirma Sophia Mendonça  - O Mundo Autista
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“Autistas são um alvo fácil para o relacionamento abusivo”, afirma Sophia Mendonça 

“Autistas são um alvo fácil para relacionamentos abusivos”, afirma Sophia Mendonça em vídeo para o Mundo Autista.

"Autistas são um alvo fácil para relacionamentos abusivos", afirma Sophia Mendonça em vídeo para o Mundo Autista.

"Autistas são um alvo fácil para relacionamentos abusivos", afirma Sophia Mendonça em vídeo para o Mundo Autista.

O canal “Mundo Autista lançou na última quarta-feira (28) o vídeo “Cuidado! Você pode estar em um relacionamento!”. Este episódio é apresentado por Sophia Mendonça e Ramon de Assis, respectivamente,  youtuber e diretor de conteúdo do projeto. O objetivo é fazer com que a maioria das pessoas (autistas ou não) que estejam em um relacionamento abusivo consigam identificar isso e busquem ajuda para sair dele.

“Pelo que a gente pesquisou, tanto de experiências quanto de estudos e estatísticas, as pessoas autistas são um alvo mais fácil para relacionamentos abusivos. Quando eu era criança, alguém falou isso para minha mãe e ela, é claro, morreu de medo. Eu via os relacionamentos de minha mãe e pensava: ‘não vou repetir essa história. Enfim, cá estou eu, gravando esse vídeo”, afirmou Sophia Mendonça. Para a jornalista, as pessoas autistas acabam sendo um alvo fácil por essa ingenuidade exacerbada, por não terem muita malícia. Muitos também tem hiperempatia e dificuldade de ser não. Tudo isso, aliado a dificuldades de comunicação social, necessidade de rotina, histórico de bullying e isolamento, além de desafios na regulação emocional, favorece essa situação. 

Por que o autista é um alvo fácil para o relacionamento abusivo?

Para Ramon, o abusador se aproveita das dificuldades de autonomia da pessoa autista para tornar o vínculo entre o casal uma relação de dependência. Além disso, ele pode usar a demanda do autista por tratamentos médicos e psicológicos como um argumento para questionar a sanidade do parceiro neurodivergente. “Essas pessoas precisam realmente de terapia mas, nesse caso, para sair do relacionamento abusivo”.

Foi isso o ocorrido há quase dois anos com a Sophia e entre 2015 e 2016 com o Ramon. Ambos entraram num relacionamento abusivo com a mesma pessoa, mas, em épocas diferentes. Após superarem os problemas e traumas advindos deste tipo de relacionamento e em conversa com várias outras vítimas de relacionamentos abusivos, Sophia e Ramon constataram um padrão, várias características comuns do comportamento dos abusadores.

Sinais de um relacionamento abusivo

Afinal, os abusadores em relacionamentos usam táticas de controle como isolamento, monitoramento, ciúme excessivo, controle financeiro e manipulação, além de comportamentos agressivos como violência física, verbal, sexual e psicológica. Já o Gaslighting é uma forma insidiosa de abuso psicológico que manipula a realidade da vítima, fazendo-a duvidar de sua sanidade e percepções. Esta é a principal ferramenta do abuso. E para Sophia e Ramon, é também seu aspecto mais doloroso. Acontece, por exemplo, quando o parceiro questiona se algo do qual a pessoa se lembra realmente aconteceu. Isso faz com que a vítima acredite sempre na versão e no julgamento dele.

Isolar a vítima também é uma atitude comum aos abusadores, como um meio de tornar-se a ‘bússula moral’ daquela pessoa, a sua única referência de certo e errado. Essa é uma estratégia utilizada por quem abusa para afastar pessoas que podem se tornar suporte para a vítima e evitar que ela tenha contato com outras perspectivas, que questionem a violência sofrida. Vale notar que os abusadores usualmente tem um histórico de transtornos mentais, mas não necessariamente evitenciam uma personalidade antissocial, como a psicopatia. “O abusador costuma se colocar como a parte frágil do relacionamento, mas a pessoa autista sempre estará em uma situação de vulnerabilidade por causa do autismo”, revela Ramon de Assis.

Vídeo

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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