O livro “Autistas podem voar?” foi escrito por Maria Luísa Nogueira, professora da UFMG e mãe atípica. Além disso, os desenhos são de Ana Beatriz Oliveira, ilustradora e autista. O livro é pensado para crianças autistas. Mas também para seus amigos. Tudo isso, possibilita o entendimento do Transtorno do espectro do autismo (TEA).
“Autistas podem voar?” foi escrito numa perspectiva anticapacitista. Ou seja, a leitura torna possível ver o autista a partir de seus pontos fortes. E, claro, são pontos que todo autista tem. Aliás, o texto é, também, um recurso para psicoeducação. Afinal, desmancha mitos sobre o TEA e facilita o entendimento de pais e mães, de que lugar de autista é em todo lugar. Por exemplo, na praça, na praia, na escola e no mundo, sendo felizes como são, crianças autistas. Porque o autismo traz desafios. Mas também traz alegria. Enfim, trata-se, acima de tudo, de um convite à intimidade com a diferença. Em outras palavras, isso é, justamente, o que há de mais próprio à humanidade.
Malu é professora e pesquisadora do departamento de psicologia da UFMG e tem uma história ligada à pesquisa e vivência no autismo. Ela conta que a psicologia social é um campo da psicologia que não estabelece o território de uma prática. Ao contrário, é uma proposta que constrói uma perspectiva com relação ao mundo e é uma forma crítica de ver o mundo. Portanto, a psicologia envolve os aspectos políticos da vida que atravessam o nosso cotidiano.
Para a pesquisadora, a diferença dos seres é um elemento central na história desse processo de construção de nós mesmos como seres humanos, no processo de subjetivação. Ela trabalhava no campo da intervenção artística na cidade e achava muito divertido e interessante. Foi quando se tornou mãe e o Francisco nasceu.
Depois, no doutorado, veio o diagnóstico de autismo. O filho tinha menos de dois anos. Claro que, apesar de a professora estar no campo do estudo da diferença e de conviver o tempo todo com essa experiência, foi uma surpresa. Afinal, é muito mais potente conviver do que viver a diferença apenas na narrativa e no discurso.
Depois disso, Malu percebeu que a formação do curso de psicologia, na UFMG, não contemplava, adequadamente, tudo o que era importante para os psicólogos que ela gostaria que o filho tivesse. Então, a psicóloga e professora trouxe isso para dentro do curso.
Dessa maneira, construiu, junto com a professora Cláudia Cardoso, o Laboratório de Estudo e Extensão em Autismo e Desenvolvimento (Lead). Neste laboratório são realizadas as pesquisas sobre intervenção precoce no autismo. Também é feita a extensão também com crianças e pais.
Com a professora Ana Amélia Cardoso na Terapia Ocupacional (EEFFTO- UFMG) lançou o projeto *PRAIA para a divulgação científica. Mas também de extensão. Ao lado de Adriana Borges, da Faculdade de Educação (FAE-UFMG), e mais dois professores, construiu, ainda, um outro grupo, o Infinito, para inovação e inclusão.
*O Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (PRAIA/UFMG) é um projeto de extensão que visa levar conhecimento de qualidade sobre o autismo para pais e profissionais interessados no assunto O programa é composto por profissionais de diferentes áreas. http://medicina.ufmg.br/como-um-arco-iris-autismo-e-neurodiversidade/
Texto de Selma Sueli Silva
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