Palmeiras e Atlético-MG fizeram um jogo intenso ontem domingo, dia 28 de maio e empataram por 1 a 1, pela 8ª rodada do Brasileirão. Ainda em abril, fechando o mês da conscientização sobre o autismo, os jogadores do Atlético Mineiro entraram em campo com camiseta alusiva ao autismo. As bandeirinhas de escanteio e as placas do Independência, também, traziam as cores da causa, em apoio às pessoas que estão no espectro autista.
Desta vez, no domingo, a camisa do jogo trouxe a pach (remendo), pela causa antirracismo. Contudo, em parceria com o Mineirão, o time alvinegro recebeu cerca de 300 torcedores, entre autistas crianças e adolescentes, responsáveis, profissionais da saúde que se dividiram entre um camarote do estádio e as arquibancadas do setor amarelo, para assistirem ao jogo. As duas ações foram elogiadas pela maioria dos torcedores nas mídias sociais.
Ainda no início das negociações para o mês de abril, os representantes da entidade Unidas pelo Autismo, @unidaspeloautismo.upa foram, prontamente, recebidos pela diretoria do Clube Atlético Mineiro. A partir de então, a equipe de marketing começou a projetar ações, com a hashtag #autistasatleticanos. Na semana passada, o Atlético homenageou os filhos autistas dos funcionários dando a eles a camisa do galo usada no jogo do dia 29 de abril, com o cordão Girassol e o Galinho decorado com partes do quebra cabeça (antigo símbolo do autismo). Atualmente, o símbolo utilizado é o infinito multicor. A própria mascote do clube foi a responsável pela entrega.
Houve a participação ainda de empresas públicas em privadas para que tudo corresse de forma perfeita. Por exemplo: A Benu, da empresária e mãe de autista Michelle Freitas, fez a montagem de toda a parte de equipamentos sensoriais, no Mineirão. Assim, entre o público de quase 60 mil pessoas, estavam presentes cerca de 300 torcedores ligados ao autismo. Em primeiro lugar, 30 profissionais voluntários, da área da Saúde entre psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas e educadores físicos pela área da educação. Além deles, a Comissão de Apoio da Pessoa com Deficência da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil. A Guarda Municipal e Polícia Militar também apoiaram a ação na segurança do evento.
A torcida alvinegra mais uma vez, mostrou sua essência acolhedora: A Galoucura e os Embaixadores do Galo solicitaram que ninguém soltasse sequer um rojão ou bomba dentro do Mineirão ou em seus arredores. Da mesma forma, a Diretoria do Mineirão distribuiu lanches a todos os presentes da torcida dos Autistas Atleticanos. Portanto, para a presidente da Unidas pelo Autismo, Catiane Ferreira, considerou que foi “foi um trabalho de formiguinha que deu certo. Não houve nenhum acidente ou incidente.“
Para que ontem, os autistas atleticanos estivessem no Mineirão, houve a contribuição da entidade Unidas pelo Autismo. Catiane, fundadora da Unidas pelo Autismo explica que, em março, foi procurada por Maria Sueli Ramos, mãe do autista Arthur Carrara, para que ela pudesse ajudar a realizar um sonho de seu filho: “Mãe, de presente de aniversário, eu quero ir ao jogo do galo com meus amigos autistas.“
Daí em diante o pedido do Arthur virou o sonho coletivo, o sonho de amigos que torcem para o Galo, mas que nunca tinham visto um jogo ao vivo, no estádio. Dessa forma, a força do grupo superou barreiras que uma só mãe talvez não conseguisse ultrapassar. Além disso, todos os envolvidos veem o esporte como uma ferramenta poderosíssima de transformação e inclusão social. Tanto que, repetem num coro: “Nós acreditamos, somos atleticanos!”
O projeto Autistas Atleticanos teve como meta fazer do mês de Abril, dedicado à conscientização e aceitação do autismo, o melhor de todos os tempos. Afinal, a torcida do Galo da Massa é inclusiva e era uma excelente oportunidade para abraçar torcedores com características desafiadoras como sensibilidade sensorial, resistência a barulhos e multidões.
Assim, como sonho que se sonha junto é realidade, Maria Sueli e Arthur conseguiram realizar a festa de aniversário super temática, com o jogo de 29 de abril. E agora, 300 torcedores usufruíram dessa possibilidade trazida pelo sonho de Arthur e concretizada sobretudo pela ação da Unidas pelo Autismo. Essa entidade conta, atualmente, com mais de 600 mulheres, mães de autistas, em sua grande maioria de baixa renda.
Veja abaixo, filme enviado pelas mães presentes. A qualidade teve de ser reduzida para ser publicado.
Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2022, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022.
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Muito especial essa ação. O acolhimento aos torcedores autistas do Galão é muito importante, assim como respeitar suas características. Parabéns a todos pela realização!