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Autismo, parkinson e processamento sensorial

Todos nascemos ignorantes nos diversos setores do conhecimento. Então, aos poucos, a vida nos apresenta algumas situações, desafios, fatos que nos levam a passar os dias em eternas descobertas. Estou às voltas com o autismo, parkinson e processamento sensorial, há algum tempo. O processamento sensorial diz respeito à forma como o sistema nervoso central gerencia as informações recebidas dos órgãos sensoriais, ou seja, os estímulos visual, auditivo, tátil, gustativo, olfativo, proprioceptivo e vestibular.

sistema tátil é responsável pela percepção de sensações como temperatura, dor, pressão, texturas, formas e tamanhos. Desse modo, as terminações nervosas existentes na pele recebem essas sensações, as passam ao cérebro que vai interpretá-las.

auditivo é o sistema responsável por reconhecer os sons do ambiente, realizar o processamento e discriminação auditiva.

O visual é aquele que detecta e interpreta luz e imagens, levando a informação ao cérebro que, por sua vez, analisa e sintetiza e dá a dimensão necessária para os outros sentidos.

gustativo é responsável por reconhecer o sabor de substâncias por meio das papilas gustativas. Assim, o próximo passo é enviar a informação ao cérebro. Este é o sistema capaz de detectar se um alimento/substância é doce, salgado, amargo e azedo.

sistema olfativo assegura a captação e reconhecimento de odores. Os sistemas olfativo e gustativo são interligados, por isso quando sentimos um cheiro, somos capazes de sentir também o seu gosto.

O proprioceptivo é o sistema sensorial que permite ao indivíduo perceber a localização, a força exercida pelos músculos, posição de cada parte do corpo em relação às demais e orientação do corpo no espaço.

O vestibular, formado por um conjunto de órgãos da orelha interna, contribui para manutenção do nosso equilíbrio. Aliás, esse sistema detecta informações importantes como o balanço, alterações gravitacionais, movimentação e deslocamento do corpo.

Os sentidos e o autismo, parkinson e processamento sensorial

É comum para pessoas dentro do TEA – Transtorno de Espectro Autista apresentarem dificuldades em processar estímulos sensoriais. Como, por exemplo, a hiperssensibilidade percepção dos é intensa. Ou, ainda, a hipossensibilidade, quando existe a dificuldade de percepção desses estímulos.

Os sentidos são a forma como percebemos e interagimos como o mundo. Por isso, dificuldades sensoriais afetam profundamente a vida de quem sofre desta condição. Compreender o comportamento Autista, significa compreender que essas pessoas sentem o mundo de forma diferente. Ou seja, de forma mais intensa ou difusa.

Pacientes com doença de Parkinson (DP) apresentam, antes dos sintomas motores clássicos, déficits sensoriais que interferem na sua qualidade de vida, dentre eles alterações na visão. A DP é essencialmente, uma doença motora. Entretanto, complicações não motoras, incluindo distúrbios do humor, ansiedade, fadiga, apatia, psicose, demência, distúrbios do sono e disfunção autonômica frequentemente estão presentes nesta condição e têm impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores.

Os dois extremos entre autismo, parkinson e processamento sensorial

Hoje, eu percebo que a vida me trouxe o conhecimento da importância do processamento sensorial quando eu descobri que muitas limitações de minha filha estavam ligadas a ele por causa do autismo. Ela estava na primeira etapa da vida, a infância.

Agora, quando minha mãe está na terceira etapa da vida, novamente a DP me faz relembrar do Processamento Sensorial. A maior parte de nossas vidas realizamos ações sem nos dar conta do conjunto complexo de neurotransmissores elas envolvem a partir de nosso cérebro para nosso corpo. Contudo, meu maior aprendizado é que, não importa se a dificuldade para processar sensorialmente as atividades da vida diária estejam no início ou na terceira etapa de nossas vidas, é preciso muita paciência, amor e uma boa fisioterapeuta.

Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022.

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