Selma Sueli Silva
Os autistas costumam ter uma grande dificuldade em se organizar para atividades banais da vida diária, por causa da disfunção executiva.
Funções Executivas (FE)
Segundo ABREU e CARVALHO (2014), as funções executivas (FE) são um conjunto de processos mentais, responsáveis pelo controle, monitoramento e regulação dos nossos pensamentos, emoções e ações. Elas existem para exercemos nossa autonomia, o que normalmente não acontece com os autistas. Por isso, a escola do Ensino Infantil ao Ensino Médio costuma ser um peso para o autista.
São as FE que permitem:
• redirecionar o nosso comportamento a metas, buscando estratégias e formas de pensar para alcançar objetivos;
• controlar nossos impulsos e adequar as nossas ações às regras sociais;
• realizar planos e solucionar problemas e, ao mesmo tempo, avaliar a eficácia das estratégias que estão sendo utilizadas
Disfunções Executivas (DE)
Educadores que não aceitam a Escola da Nova Era geralmente têm conhecimento limitado. Nem sequer conhecem sobre Disfunção Executiva, que atinge o aluno autista em aspectos importantes para o aprendizado. Segundo MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA; FUENTES (2012), estes fatores são:
• controlar impulsos
• ter disciplina
• desenvolver habilidades sociais
• reter informações
• fazer associações
• calcular mentalmente
• pensar de forma criativa
• adaptar-se usando a imaginação para a resolução de problemas
Disfunção Executiva (DE) e os prejuízos na vida diária
As Disfunções Executivas, conforme artigo de 2012 redigido por MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA e FUENTES trazem dificuldades à vida do autista por quê:
incapacidade para estabelecer metas;
identificar problemas a serem resolvidos;
pensar em alternativas possíveis para alcançar o objetivo;
escolher a estratégia mais eficiente, executá-la e monitorar a sua eficácia.
Fazer escolhas entre alternativas que exigem análise de custo e benefício e das consequências a curto, médio e longo prazo.
Autorregulação Emocional é a habilidade de controlar a expressão das emoções, reagindo de forma proporcional às situações, sem se deixar governar pela emoção que o está afligindo. Isso requer controle inibitório e uma avaliação do contexto e de suas demandas, além da avaliação da eficiência e pertinência da resposta que será dada.
A importância dos Educadores da Nova Era
Educadores da Nova Era sabem que lidam com vidas. E a exemplo do médico que deve tender sua margem de erro a zero, os educadores atentos, do terceiro milênio, devem procurar fazê-lo também. Médicos e educadores, ambos são cientistas, pesquisadores para oferecer o melhor para o seu “objeto” de trabalho: vidas humanas. Quando não há esse entendimento surge o risco de morte e do comprometimento de toda a sociedade.
Não há como bradar por uma sociedade mais humana, mais justa, mais digna se não nos unirmos para criar valores humanos, deixando, para cada geração, um crescimento maior que o da anterior. Dessa maneira, fica fácil entender que a “Lei abre a porta, o afeto (de se deixar afetar) convida a entrar, mas é o amor que permite permanecer”.
Essa frase foi elaborada por mim e pelo Victor, quando ele ainda estava no ensino fundamental II. E aqui, não falamos desse amor à moda do sacerdócio, que chora pelo sofrimento dessas pessoas “especiais”. Falamos de um amor maior, que permite a evolução da sociedade e a revolução dos seres humanos. Revolução é mais que evolução.
A evolução necessita de meios e condições ideais para acontecer. Assim, quando plantamos uma flor e cuidamos dela como deve ser, ela cresce, evolui. Já a revolução é relacionada à transformação frente aos desafios, aos obstáculos. É aquele sangue nos olhos que nos leva a buscar meios e soluções em vez de nos acomodarmos nas lamentações que nos paralisam. Lamentar é como “amassar barro” e não sair do lugar. Já o “sangue no olho” nos leva à busca que nos leva ao brilho nos olhos em função do prazer de cada vitória conquistada.
Conflito e Desenvolvimento
A diferença é um bem, já que o desenvolvimento vem dessa diferença, da adversidade, do conflito. Isso não diz respeito a rivalidades ou a adversários. Isso diz respeito à riqueza de possibilidades que a diferença nos oferece.
Quando o Victor chegou ao ensino médio, ele enfrentou três anos de fobia social. Eu já estava bem desgastada, com medo até de que ele não conseguisse concluir essa etapa. A diretora geral do Colégio Padre Eustáquio, em que meu filho estudava, Amália Mendes me mostrou quanto crescimento meu filho já havia proporcionado àquela instituição. Ela me disse: “Selma, o lema do Colégio é Saúde e Paz. Vamos buscar a saúde para garantirmos a paz. Falta pouco mais de um ano para o Victor encerrar o ensino médio. Já avançamos muito. Se precisar aplicamos provas em casa. Ele vai conseguir”. Não foi preciso aplicar as provas em casa e ele conseguiu. Graças aos educadores que ousaram, que acreditaram, que buscaram alternativas.
O diferencial desses profissionais era entender de gente e de educação. Bastou isso para transformar as nossas vidas e, consequentemente a vida da sociedade. Sim, meu filho, além de escritor e jornalista, é militante na neurodiversidade e youtuber e, agora, aos 23 anos, é também mestrando em Comunicação Social. Sua rede de seguidores agradece constantemente o exemplo e inspiração que ele é. Não por ser perfeito. Não. Ninguém é. Mas sim por acreditar, não desistir e ser grato aos educadores que aceitaram o desafio de transformá-lo em valor para a sociedade. Não existe sina. Existe missão e predisposição em transformar todo o veneno em remédio.
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