Victor Mendonça e Rodrigo Tramonte
Como é flertar para homem autista? Na última parte da série com Rodrigo Tramonte, o cartunista fala sobre a forma que os autistas lidam com a questão do flerte e do namoro.
Victor Mendonça: Hoje, a gente vai falar de um tema muito delicado, que é a questão dos relacionamentos amorosos do autista. Este é um tema que causa uma certa preocupação aos pais de autistas mais novos. Pois, embora esteja longe de terem uma experiência amorosa, já existe essa preocupação pois significa lançar os filho para o mundo, onde os pais não vão ter o controle da situação. Ao mesmo tempo, é um desafio para as pessoas do espectro autista também. O Rodrigo é um palestrante que aborda diversos temas em suas palestras e um dos temas é o jogo do flerte e da sedução para o homem autista. Como é isso para um homem autista, Rodrigo?
Rodrigo Tramonte: Para o autista os sentimentos não são tão exatos, o que exige um pouco mais de sutileza. Como o autista é mais racional, às vezes a gente acredita mais naquelas regras de filme. Então aquele estilo de mulher bonita, elegante, como vemos, pode atrair alguns tipos de homens e afastar outros.
Victor Mendonça: É verdade. Essa questão da sutileza do contato. Porque na realidade, como já abordei no “Mundo Autista”, https://omundoautista.uai.com.br/sexualidade-no-autismo-como-ajudar-adolescentes-e-jovens-autistas/a sexualidade envolve muito mais que o relacionamento ou o ato sexual em si. Envolve todo um processo de troca entre pessoas. No autismo, nós temos dificuldades com essa troca, por causa do nosso cérebro mais concreto
, como o Rodrigo bem pontuou. Eu e o Rodrigo temos experiências diferente nisso e, eu acho que em alguns pontos, pode ser mais desafiador para ele porque culturalmente, é cobrado do homem, o heterossexual no caso, que ele dê o primeiro passo e “chegue” na mulher. É cobrado também, que o homem tenha essa percepção das sutilezas que o autista não tem, não é Rodrigo?Rodrigo Tramonte: Isso. A gente não pode abordar uma mulher e falar “eu quero te beijar”, “Ah, eu quero te sentir”. Tem que ter um processo, com muitos códigos sociais, para que o homem desperte essa vontade nela também.
Victor Mendonça: É um desafio diário. Eu acho que nesse ponto, todas as pessoas, autistas ou não, têm dificuldade em medir essas sutilezas do relacionamento, em algum grau. Mas, para nós que somos pessoas autistas, a dificuldade é bem maior. Felizmente, hoje em dia existem estratégias para que a gente aprenda certas habilidades sociais, por meio de psicólogos ou mesmo autistas que compartilham vivências, como o Rodrigo faz nas palestras dele. Tudo isso, nos ajuda a entender melhor esse processo. Sempre é bom lembrar que primeiro vamos nos entender, para ser melhor para o outro nesse relacionamento que envolve duas pessoas.
Confira mais sobre o assunto no Canal Mundo Autista, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=FNQEkzoCCjs&t=2s
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