Victor Mendonça e Selma Sueli Silva
O mundo digital pode ser um grande aliado, mas nem todo jovem é fera no computador. Tanto que Victor e Selma resolveram fazer uma pós-graduação em jornalismo em ambientes digitais.
A geração atual já nasce praticamente com o tablet na mão. Mas a Sociedade Americana de Pediatria recomenda que as telas só entrem na vida das crianças após os dois anos de idade. Até essa idade há um desenvolvimento cerebral muito intenso e tudo é muito impactante na vida do bebezinho. Restringi-lo ao mundo digital é muito pouco, portanto. Muitas crianças só querem saber de ficar no computador e muitos pais, para terem certo alívio, acabam permitindo que isso aconteça.
O Victor lembra que na infância era ainda a internet discada, o que trazia alguns complicadores, como a crise, por exemplo, por falta de tolerância à frustração, se a internet “caísse”. Selma completa observando que muitos autistas desejam assistir ao mesmo filme no DVD ou no computador, na Netflix ou até o mesmo joguinho sempre.
Não existe nada que seja um mal em si (embora a tecnologia vicie), e o mundo digital é uma realidade em nosso cotidiano. Então, são necessárias algumas regras e moderações:
1. Tela somente algumas horas por dia, para evitar problemas em vários aspectos do desenvolvimento da pessoa. Até para o adulto é preciso moderação.
2. Excesso de tela pode causar ansiedade, estresse e dificuldades para dormir. O excesso de luminosidade inibe a produção da melatonina, também conhecida como hormônio do sono. Esse hormônio age principalmente no próprio cérebro, sendo responsável pelo controle dos ciclos de sono e vigília.
3. Tela somente até 20h para estabelecer higiene do sono é importante – alguns rituais que preparam para um sono saudável.
A tecnologia alternativa é muito importante para propiciar a comunicação aos autistas não oralizados ou com dificuldades para se comunicar verbalmente. O Portal Mundo Asperger é um exemplo disse. É um meio para que Selma e Victor se comuniquem com os internautas para levar mais informação e diminuir o preconceito.
Além disso, muitos autistas usam as redes sociais para se comunicarem e isso é fantástico. Mas deve ser com moderação para que se tenha o contato também com o mundo real, fora do ambiente virtual.
O tema da ONU para 2019 foram tecnologias assistivas, de maneira geral. Mas com os games e redes sociais, os pais e educadores é que devem ser os grandes moderadores. Eles devem utilizar essa curiosidade e possibilidades da internet para estabelecer links com o hiperfoco do autista e ampliar sua visão.
A tecnologia é importante para a comunicação do autista e para desenvolver o hiperfoco, a vontade de pesquisar e de entender o mundo. As ferramentas estão aí, nós é que devemos saber como utilizá-las para não virar escravos delas e sim coloca-las a nosso serviço, como suporte para nosso crescimento.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.