A prática do daimoku consiste na recitação contínua do mantra budista Nam Myoho Renge Kyo. Este cântico é composto por ideogramas que se desdobram em significados diversos. Porém, em linhas gerais, ele reforça a determinação de ter sabedoria para fazer escolhas que gerem resultados valorosos.
Na tradição budista da Soka Gakkai, a recitação do mantra é a maneira mais segura de acessar o Estado de Buda, a iluminação que existe dentro de nós. Então, o budismo da SGI é um híbrido entre filosofia humanista, ciência secular e fé religiosa. E é por meio do daimoku que se evidencia o lado mais místico, insondável da prática.
Essa manifestação acontece porque o Sutra do Lótus, que é a escritura de onde se baseiam as orações budistas, oferece possibilidades de transformação muito maiores do que a racionalidade humana consegue traduzir em códigos. Afinal, a linguagem humana não consegue abarcar a profundidade contida em vários fenômenos do universo. Isso não é apenas um conceito religioso, mas também acompanha as percepções científicas acerca do próprio alcance da ciência, da linguagem e das demais construções humanas para decodificar os acontecimentos.
Por exemplo, a gente pode ter medo do que poderá acontecer no futuro. Porém, para os budistas, isso sequer é necessário quando oramos e agimos conforme a linguagem do Sutra do Lótus. No entanto, para atingir tal fé firme e absoluta é preciso se dedicar aos estudos de assuntos tanto seculares quanto espirituais. Afinal, essa fé requer bastante estudo para que o praticante não caia no fanatismo.
Uma boa maneira de testar é pegar algo que nos amedronta e orar com convicção, mas sem focar o pensamento em saídas racionais, e ver as coisas acontecerem. Ou seja, ver os caminhos da sabedoria e boa sorte se abrindo, de modo a nos conduzir a uma condição com a qual conseguimos remover cada beco sem saída de nossa trajetória. Afinal, no Budismo, a boa sorte é a manifestação externa da sabedoria.
Sophia Mendonça é jornalista e escritora. Também, atua como youtuber do canal “Mundo Autista” desde 2015. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Assim, em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Já em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
Acessibilidades para uma explosão sensorial no autismo e o Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) são…
Sophia Mendonça e o Budismo: “Buda é aquele que consegue suportar” e mesmo o inferno…
Crítica de cinema sem lacração, Sophia Mendonça lança newsletter no Substack. De volta às raízes,…
Conto infantil é metáfora para o autismo? Youtuber e escritora Sophia Mendonça lança contação de…
Nunca Fui Beijada é bom? Drew Barrymore é a alma cintilante de clássico das comédias…
Pensamento lógico e o autismo. O que isso significa? Tenho considerado o peso da ponderação…