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A dor de um filho é a nossa dor

Dor de filho (a): Confesso estar decepcionada com certos trâmites da UFMG, que me fazem ver que apesar dos discursos inclusivos, o PPGCOM não é lugar para um corpo como meu. Isso é um baque e e um sonho destruído, mas eu vou ter que superar.

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Hoje eu, que tinha recebido a confirmação de que fui deferida em uma disciplina isolada, fui ‘desdeferida’. A questão do doutorado para mim tem sido uma decepção atrás da outra, envolvendo até pessoas que tenho na mais alta conta. E não sei o que é mais doloroso: ter perdido o processo seletivo em decorrência de um relacionamento abusivo ou os comentários que eu ouvi sobre isso, de uma suposta sumidade da inclusão e do pseudo-acolhimento.

Agora, vem mais isso. Talvez eu não devesse escrever tão emotiva, mas a sensação de frustração e quebra de expectativa me derrubou. E estou cansada de sofrer e não ter nem como desabafar. O mundo acadêmico é cruel.

Entendi a regra que me colocou para fora mas lamento muito, pois ontem a psicóloga estava me dizendo que fazer essa disciplina era algo animador para mim, considerando o quadro depressivo que estou. O que eu não entendo é a forma, tão pouco inclusiva, tão pouco acessível, tão diferente dos discursos.

Amanhã vai ser outro dia, com certeza. E sei que vou descobrir outros espaços para expressar minha verve pesquisadora e curiosa. Mas hoje estou fatigada. O que não mata dá vontade de morrer.

Eu diante da dor de minha filha

Ah, minha filha. Sou testemunha de como estava tudo certinho pra vc entrar no doutorado. E como sua vida virou de ponta cabeça pq, com vc, aconteceu o que tem menos de 1% de chance de acontecer numa cirurgia. Desde junho de 2022, a luta é constante e, por causa inclusive, de voce ter um cérebro neurodivergente, as consequências implicam numa linha tênue entre a firmeza e o desejo de desistir.

Percebi que o mundo típico, embora até queira, não consegue entender a dimensão do que você está passando. A questão de deferir e “desdeferir” algo que seria bom para seu momento, traz transtornos inimagináveis. É neste momento que vence o senso comum que rotula sem piedade: “ela é que é cruel e desequilibrada.” Estou com você, orando por dias melhores. Te amo, Sophia Mendonça

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Algum tempo depois da dor profunda

Hoje pela primeira vez eu quebrei o silêncio de um dos motivos que tem perturbado a minha paz neste último ano. Afinal, estou vivendo um momento muito doloroso da minha trajetória, que me leva de volta à adolescente insegura e confusa que fui. E muitas vezes nem consigo verbalizar a profundidade dos problemas que me afligem em tantas esferas diferentes da minha vida, da saúde física à harmonia familiar.

Mas, neste momento que me sinto tão só, que os sentimentos de rejeição e inutilidade tomaram conta dos meus pensamentos, que eu me vejo tão reprimida e fragilizada, foi um alento ler cada mensagem carinhosa e empática. Isso porque, no último ano, convivi com o afastamento e até a agressividade de muita gente que era importante para mim.

Porém, por mais forte que a dor permaneça, perceber que de alguma maneira estabeleço alguns laços pelas redes sociais é algo que me fortalece. Sobretudo, eu tenho um juramento de não ceder ao rigor das circunstâncias.

Então, agradeço a cada um que se preocupou em, de uma forma ou outra, me levar de volta a este ponto primordial. Portanto, tenho fé que essa avalanche de desafios dolorosos se converterá em sabedoria e boa sorte.

O aprendizado é resultado da dor do filho

Eita… essa é minha menina. NMRK! Eliminar todas as dores da vida de nossos filhos é eliminar as oportunidades que ele tem para aprender. Logo, devemos sim, educar nossos filhos com os princípios para alcançar as ferramentas necessárias ao triunfo final para ser feliz e fazer o outro feliz. “O inverno nunca tarda em se tornar primavera.” A beleza da primavera é resultado do rigor do inverno.

Selma Sueli Silva é uma youtuber, escritora, podcaster e radialista brasileira. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+.

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