Pensar ou falar em diversidade é mais fácil do que conviver com ela. Coisas do tipo, por exemplo, ‘tenho um amigo gay que adoro’. ‘Minha melhor amiga é preta, sabia?’ ‘Nada contra mulher ou homem trans. Até gosto de vê-los na televisão.’ ‘Eu conheço um autista que nem parece autista!’ Mas existe uma Pousada – a Casa de Claudete, que não faz discurso. Então, essa pousada abriga e acolhe a diversidade. Ou seja, a Casa de Claudete, abriga e acolhe da mesma forma, todos que passam por lá. E, dessa forma, a Casa de Claudete recebe uma autista.
A história de Claudete
Foi assim, que nesta semana, me vi sendo atraída a cada momento, por algo interessante. Claudete Jochem começou a cuidar de pessoas aos 13 anos. Assim, fez carreira como técnica de enfermagem do Hospital Santo Antônio. Aposentou-se sempre admirada e respeitada.
Há 9 anos, Claudete recebeu um convite. Ela faria parte da equipe do Dr. J. Martins e Dr. Cláudio Eduardo, da Transgender. A ideia era simples, deu certo. Assim, hoje, é o grande diferencial da equipe que cuida de toda a trajetória da pessoa trans.
Tudo começa a ser pensado bem antes da operação. Depois da consulta com o Dr. Martins entra em cena a equipe financeira, para fazer o planejamento de todo o desenrolar do investimento. Logo após, a equipe da recepção fornece informações do agendamento da cirurgia. Depois, mais perto da data, chegam as orientações da data dos voos, hospedagens, serviço de locomoção e hospedagem.
A Casa de Claudete
Depois que a paciente recebe alta do hospital (geralmente, de 1 a 3 dias) ela chega à casa de Claudete.
A Casa possui sete suítes, com toda a infra estrutura de uma casa bem mobiliada e decorada. Mas, além disso, tem, também, a equipe de enfermagem, limpeza e, o melhor, todas são irmãs de Claudete.
Carinhosamente, eu as chamei de “Esquadrão Florêncio.” Nunca vi uma equipe que trabalhasse de maneira tão harmônica e disciplinada. Dessa forma, as atividades de cuidados com a paciente, marcação de exames, locomoção na cidade, visitas da fisioterapeuta, dos médicos às pacientes, na própria pousada começam, pela manhã e se findam à tarde. Aliás, paralelamente, as refeições liberadas ou dietas restritivas, são preparadas com capricho e qualidade.
Minha filha apresentou uma intercorrência, prontamente acompanhada por Claudete, dia e noite. Durante o fim de semana, ela repassou informações ao médico, sendo orientada por ele. Já na segunda, na consulta domiciliar, Sophia já estava bem melhor. Agora, segue acompanhada de perto.
Pensando nos momentos em que passamos neste pós operatório, me dei conta da importância desse acompanhamento recebido, na ‘Casa de Claudete.’ Uma equipe técnica competente e ágil com suporte eficiente que traz tranquilidade à família, levando à uma recuperação rápida e saudável.
Esse é, sem dúvida, um diferencial que destaca o trabalho da Transgender. Entretanto, justiça seja feita, são os seres humanos que garantem a qualidade. Em especial, certamente, essa mulher, Claudete Jochem, que parece ter nascido com o dom de executar 5/6 atividades ao mesmo tempo, sem perder o foco e a qualidade.
Uma autista na Casa de Claudete
Tudo isso, garantiu a uma garota autista, com muitas limitações diante de quebra de rotina, lugares desconhecidos e situações imprevisíveis, estabilidade emocional perfeita à uma recuperação linear e efetiva. A Casa de Claudete recebeu muito bem uma autista.
Para quem está curioso para saber como Claudete conseguiu atender tão bem uma pessoa autista eu alerto que não foi por causa de nenhuma capacitação específica:
São 39 anos dedicados ao ser humano, em seus momentos de fragilidade. E, certamente, uma curiosidade que a faz alinhada com todas as novidades de sua área de atuação – a saúde de seus pacientes.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Que maravilha!
🙂