Selma Sueli Silva
Vou fazer uma breve reflexão sobre a pandemia em nossas vidas. Qual o significado deste momento? Para mim, fica claro que, de qualquer maneira, a sociedade deveria passar por uma espécie de sacudida, para que muita fosse repensada.
E o leque de coisas a serem repensadas é extenso: as relações familiares, como cuidamos da família, como nos relacionamos uns com os outros, a nossa comunicação e o lado afetivo estão equilibrados? O que nós priorizamos na vida, o que tem mais valor? O que, efetivamente, interessa? Estamos no caminho certo? Eu, que sou uma pessoa de fé, realmente exercito minha fé no dia a dia? Qual o peso do dinheiro na minha vida? No meu caso, eu tive um corte de 50% nos meus rendimentos. Meus ganhos, de um dia para o outro, lá em abril, caíram pela metade. Eu fiquei com duas opções: ou sentava num banquinho e chorava, mas isso nunca foi a minha cara. No primeiro momento, eu posso até chorar horrores mas é só nesse primeiro momento, a outra opção seria partir para a luta.
Eu me perguntei: ‘o que eu posso fazer a partir dessa nova realidade?’ E é isso o que venho descobrindo na pandemia. Eu consigo viver com bem menos dinheiro. Afinal, eu nunca fui uma pessoa de gastar para além de meu salário. Por outro lado, eu sei que posso criar alternativas e possibilidades. Sempre foi assim na minha vida. Eu até sei que falo isso do alto do meu privilégio. Sou uma mulher independente, branca, aposentada, de classe média remediada.
Quando pensamos em nossas periferias, nas pessoas com menos acesso às oportunidades do mundo, o que será delas? A pandemia veio para nos lembrar disso. É preciso saber que não adianta dar conta de nossas vidas, porque todo mundo tem que se virar, quando o coletivo pesa tanto. Nós somos seres sociáveis e não basta afirmar que cada um deve fazer a sua parte pois as oportunidades são iguais. Não são não! Existem pessoas que vergam e não quebram e outras que, ao vergarem, acabam se quebrando. Nós temos de levar isso em consideração. A sociedade como coletivo tem de funcionar de maneira harmônica. Essa é uma lei do universo, essa harmonia é que mantem a sintonia e o bom funcionamento da sociedade. É assim com os planetas, o cosmo, o universo mas a gente não quer que seja assim em nosso país.
Temos muita coisa a pensar, não é mais uma questão de eu estou certa e você está errado. É uma questão de, o que nós vamos fazer unidos para que a vida, a sociedade, as instituições funcionem da melhor maneira possível. Sim, nós podemos. Não vamos nos esquecer que viemos das cavernas e chegamos onde estamos hoje. Somos capazes de nos reinventar de nos recriar e o convite está aí para todos nós. Então, vamos que vamos que atrás vem gente!
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