Arte e entretenimento

10 piores filmes de 2025

Hoje quero falar sobre os 10 piores filmes de 2025. Claro que a lista não esgota as possibilidades. Afinal, ela contém apenas filmes que eu assisti. Metodologicamente, optei por escolher obras que tiveram o lançamento em território brasileiro em 2025.

Confira, então, a minha lista dos 10 piores filmes de 2025!

1, O Homem do Saco e os 10 piores filmes de 2025

O Homem do Saco”, apesar de ser oficialmente um filme de 2024, teve lançamento no Brasil em 30 de janeiro deste ano. O filme é muito genérico, com um roteiro superficial e, em muitos momentos, incoerente. Dessa forma, os elementos sombrios da trama são desperdiçados, assim como a proposta de abordar o amor paterno em uma obra de terror. Para piorar, o diretor Colm McCarthy, de séries como “Doctor Who” e “Pearky Blinders”, conduz a trama sem vestígios de brilho ou energia.

2. Lobisomem

Além de um casal que carece de qualquer química, a narrativa de “Lobisomem” é marcada por uma montagem estranha e inverossímil. Tudo isso dificulta o acompanhamento dos acontecimentos e a suspensão da descrença. Eventos se sucedem de forma desorganizada, minando a coerência da trama. 

O filme também introduz elementos de escatologia e horror corporal que se chocam com a atmosfera mais sutil que a obra tenta estabelecer no início. Imagens macabras de unhas caindo e dentes realizando ações perturbadoras são jogadas na tela com o objetivo de chocar, mas acabam parecendo forçadas e deslocadas. Essa transição abrupta de tom contribui para a sensação de desarranjo e falta de propósito.

3. Meio Grávida

Meio Grávida não funciona como humor besteirol e muito menos como comédia romântica. O filme, que traz Amy Schumer no papel de uma professora que finge estar grávida, mistura clichês com uma sucessão de momentos cômicos constrangedoramente ruins.  Assim, palavrões e referências a coisas grotescas pipocam de maneira inusitada na tela. 

Muito mais que o riso, o longa-metragem é hábil ao provocar o choque e o desconforto sem que haja uma reflexão interessante ou mesmo algo engraçado por trás. Para piorar, o diretor Tyler Spindel não parece ter essa noção. A impressão que se tem é que ele acha essas atrocidades tão divertidas que quer explorar ao máximo o grotesco de cada situação. O resultado, assim, revela-se catastrófico. Isso porque tudo é muito nojento, grosseiro e gratuitamente desconfortável. Outro problema grave são os personagens antipáticos e sem carisma. A própria protagonista é interpretada por Amy Schumer como uma mulher egocêntrica e por vezes maldosa. Com isso, é muito difícil torcer por ela. Além disso, os coadjuvantes oscilam entre o sem sal e o insuportável.

4. Holland

Holland, de Mimi Cave, exibe potencial ao trazer Nicole Kidman como protagonista de um suspense dramático que se esconde em meio a vidas aparentemente perfeitas. Este é um estilo que usualmente agrada e envolve. Aqui, no entanto, o resultado não passa do insosso. Afinal, o filme não tem emoção, nem uma atmosfera de tensão palpável. E sequer apresenta doses de humor perverso ou de qualquer elemento que possa oferecer tempero à narrativa.

Em “Holland”, para piorar, o desenvolvimento dos personagens é superficial e, com exceção de Nicole Kidman, as interpretações são frágeis e sem energia. Dessa forma, fica difícil se envolver com o mistério, mesmo com todas as reviravoltas e escândalos.

5. Confinado

Nem o talento de Bill Skarsgård e Anthony Hopkins consegue salvar a “Confinado”. Primeiro porque o protagonista de Skarsgård, apesar da evidente preocupação com a filha, dificilmente gera empatia. Isso acontece porque o roteiro o retrata como um criminoso reincidente que parece mais interessado em justificar seus erros do que em mudar. O que torna mais difícil para o público torcer por ele.

Já o vilão de Hopkins é reduzido a um psicopata unidimensional. Para piorar, suas motivações são explicadas de forma fraca e insatisfatória. O que esvazia o personagem de qualquer complexidade. No fim, esses problemas de caracterização comprometem a verossimilhança da trama e impedem uma imersão genuína no longa-metragem.

6. Presente Maldito

Presente Maldito” se perde em uma série de situações bizarras e que parecem ter muito a dizer, mas falham em construir um enredo coeso. O longa-metragem busca uma mistura de terror psicológico e físico, o que inclui cenas de automutilação, na tentativa de criar uma atmosfera de medo. Entretanto, o que vemos na tela é uma experiência sensorial mais desagradável do que aterrorizante. Ruídos, tosses e uma trilha sonora sobrecarregada contribuem para a confusão. Tudo isso deixa o público mais agoniado do que imerso no enredo.

A protagonista, interpretada por Dakota Fanning, é a âncora do filme. E a atriz faz o que pode para sustentar a narrativa, que se apoia quase que inteiramente em sua personagem. Contudo, nem mesmo sua atuação consegue salvar a história. Afinal, tudo se resume a tentativas frustradas de mostrar sua aflição e reviravoltas que não levam a lugar nenhum.

7. Rua do Medo: Rainha do Baile

Rua do Medo: Rainha do Baile” utiliza-se de uma trilha sonora boa dos anos 80 e de uma ambientação oitentista que é eficiente. No entanto, o filme é muito sem graça. Isso porque ele não assusta, é engessado, previsível e totalmente carente de criatividade. 

Rainha do Baile segue sua cartilha à risca de maneira pragmática, o que, infelizmente, não gera nenhuma tensão ou engajamento com os personagens. O resultado é insosso, parece seguir um algoritmo sem nenhuma emoção. E assim, desperdiça elementos interessantes, que vão do icônico baile de formatura à presença do assassino mascarado. Tudo aqui é encenado de maneira mecânica e sem nenhuma graça ou inovação. Portanto, soa mal explorado. As interpretações, além disso, são fracas e sem carisma, o que só contribui para a sensação de que estamos assistindo a algo que poderia ter sido muito mais.

8. Até a última gota

Até a última gota” se propõe a ser um thriller tenso com uma premissa socialmente relevante de explorar os desafios enfrentados por uma mulher pobre, negra e mãe solo. Dessa forma, o longa-metragem tenta dar voz a uma parcela da população frequentemente ignorada nas produções cinematográficas, o que é um ponto forte em sua concepção. No entanto, como obra de arte ou entretenimento, o filme tropeça em sua execução. Afinal, a tentativa de manipular as emoções da audiência é excessiva.

O diretor Tyler Perry abusa clichês batidos na trilha sonora e diálogos expositivos que soam artificiais. Além disso, as situações são retratadas de forma grosseira e superficial. E, para piorar, a narrativa se desenrola de maneira morna, sem o dinamismo que um suspense exige.

9. Invocação do Mal 4: O Último Ritual

A história de “Invocação do Mal 4” começa focando na filha dos Warren, os famosos caçadores de fantasmas. Ela herdou as habilidades da mãe, e o filme gasta muito tempo estabelecendo sua relação com o noivo e a ideia de um legado familiar.

Confesso que em certo ponto me perguntei quando o filme iria, de fato, começar. O roteiro se estende tanto nessa preparação que a história principal demora a engrenar, levando mais de uma hora para se desenvolver. Quando o filme finalmente encontra seu ritmo, ele tem alguns momentos interessantes, mas nada que cause arrepios

10. Branca de Neve fecha a lista de 10 piores de 2025

O problema do live-action de “Branca de Neve” é investir em uma nova história que necessita de uma reflexão e de um aprofundamento que se comunique com aspectos mais burlescos e lúdicos que marcaram a versão de 1937. Nada disso acontece aqui. Aliás, pelo contrário, o tempo de duração é modesto e os números musicais não têm muito o que acrescentar ao desenrolar da trama.

Para piorar, o filme carece de beleza visual. Isso porque os cenários remetem a uma produção de baixo orçamento e os figurinos se repetem sem criatividade. No caso de Gal Gadot, coitada, ela acaba com os movimentos limitados pelas roupas. Como se não bastasse, cenas inesquecíveis, como a chegada de Branca de Neve à floresta, são recriadas de modo artificial. A relação de Branca de Neve com os anões, agora criaturas mágicas em um CGI pavoroso, parece estar lá para cumprir tabela. E os novos personagens também aparecem de modo unidimensional e deslocado. A ideia de um ladrão para substituir o príncipe, para piorar, é vergonhosa. Toda essa bagunça culmina em um desfecho abrupto.

Estes foram os 10 piores filmes de 2025!

Autora

Sophia Mendonça é jornalista e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UFPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).

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