Crítica: "Encontro de Amor" (2022) - O Mundo Autista
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Crítica: “Encontro de Amor” (2022)

Romance Esperto e Coadjuvantes Divertidos dão a tônica de “Encontros de Amor”, uma comédia romântica com uma Cinderela porto-riquenha.

Romance Esperto e Coadjuvantes Divertidos dão a tônica de “Encontros de Amor”, uma comédia romântica com uma Cinderela porto-riquenha.

Romance Esperto e Coadjuvantes Divertidos dão a tônica de “Encontros de Amor”, uma comédia romântica com uma Cinderela porto-riquenha.

Como um romance que se inspira no clássico “Cinderela”, que é o meu conto de fadas favorito, “Encontro de Amor” se destaca por uma abordagem inteligente e atualizada. Lançado em 2002, o filme estrelado por Jennifer Lopez e Ralph Fiennes vai além da simples história de amor. Assim, explora temas como política, a influência da imprensa e as diferenças de classe de um jeito cativante.

A Cinderela porto-riquenha de “Encontro de Amor”

Jennifer Lopez brilha como Marisa Ventura, uma mãe solo, batalhadora e honesta, que cria seu filho, Ty (interpretado com carisma por Tyler Posey, conhecido depois por “Teen Wolf”), um garoto tímido e muito inteligente. Marisa é camareira em um luxuoso hotel em Manhattan e sonha em ser promovida à gerência, mas hesita em se candidatar, apesar do incentivo de sua melhor amiga e colega de trabalho, Stephanie (Marissa Matrone).

A representatividade de Marisa é um ponto forte: uma personagem latina marcante em Hollywood, cuja herança cultural é presente sem ser abordada de forma panfletária. Sua personalidade firme, seus valores e sua dedicação ao trabalho a tornam uma protagonista por quem facilmente torcemos.

O Príncipe Encantado

Do outro lado, temos Christopher Marshall (Ralph Fiennes), um candidato republicano ao Senado dos EUA, constantemente seguido por equipes de filmagem e paparazzi. Seu assistente pessoal, Jerry (Stanley Tucci), tenta a todo custo protegê-lo de gafes. O destino de Marisa e Christopher se cruza em uma série de eventos, onde uma confusão de identidades dá o pontapé inicial para o romance.

O roteiro de Kevin Wade é um dos grandes acertos do filme. Ele consegue tecer várias linhas narrativas de forma interessante. Dessa forma, mantém a atenção do público. Marisa e Christopher formam um casal intrigante, e seus personagens têm vidas e interesses além do desenvolvimento do romance. O filme explora de forma sutil a ideia de que um político republicano poderia hesitar em namorar uma camareira porto-riquenha, adicionando uma camada de realismo e questionamento social à trama.

Romance Esperto e Coadjuvantes Divertidos dão a tônica de “Encontros de Amor”

Dessa forma, “Encontro de Amor” se prova um romance esperto ao não se limitar à fórmula. Ele torna o processo de manter o casal separado por mal-entendidos interessante, especialmente ao abordar a busca de Marisa por sua promoção a gerente assistente. Um mordomo veterano gentil (o adorável Bob Hoskins) a ajuda, enquanto ela até mesmo se vê em uma situação em que confronta Marshall sobre suas ideias sobre moradia e pobreza.

O filme também se destaca por mostrar a rotina de um hotel de luxo de forma bem interessante. Além disso, conta com um elenco de coadjuvantes divertidos e bem interpretados por grandes nomes como Stanley Tucci e a saudosa Natasha Richardson. Além disso, “Encontro de Amor” executa as montagens formulaicas e cenas obrigatórias de romances do gênero com brilho e charme. Desse modo, lembra a doçura e o entretenimento de “Uma Linda Mulher”.

Conclusão

Em suma, “Encontro de Amor” é um filme que entrega um romance de ótima qualidade. Afinal, atualiza um conto clássico com questões sociais e políticas relevantes. E o faz sem perder o charme e a leveza que esperamos de uma boa comédia romântica.

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Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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