Crítica: "A Substância" (2024), agora na HBO Max - O Mundo Autista
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Crítica: “A Substância” (2024), agora na HBO Max

Demi Moore foi indicada ao Oscar por “A Substância”, primeira obra de terror corporal a concorrer a Melhor Filme. Confira a explicação

Demi Moore foi indicada ao Oscar por "A Substância", primeira obra de terror corporal a concorrer a Melhor Filme. Confira a explicação

Demi Moore foi indicada ao Oscar por "A Substância", primeira obra de terror corporal a concorrer a Melhor Filme. Confira a explicação

O filme de terror corporal “A Substância”, com direção de Coralie Fargeaut, narra a história de uma atriz, interpretada por Demi Moore, que já foi uma grande estrela. Contudo, aos 50 anos, ela é demitida de seu trabalho como apresentadora por ser considerada “velha”. Isso ocorre apesar de seu talento e de ter um Oscar. Seu diretor, vivido por Dennis Quaid, a trata com desprezo. Assim, evidencia que para ele a aparência vale mais do que a história ou a habilidade.

Demi Moore foi indicada ao Oscar por “A Substância”, primeira obra de terror corporal a concorrer a Melhor Filme

Após um acidente, a protagonista descobre uma substância que a transforma em uma versão mais jovem e “melhor” de si mesma, a Sue, interpretada por Margaret Qualley. A partir daí, o filme se aprofunda na alegoria do terror corporal. Dessa forma, explora temas como padrões de beleza, etarismo e a objetificação da mulher. Para isso, a diretora utiliza metáforas visuais que ilustram o peso desproporcional da aparência sobre o público feminino. A obra também contrasta a mulher madura com a jovem. Com isso, mostra que o amadurecimento não pode ser simplesmente replicado e que essa busca pela juventude eterna pode gerar um conflito de identidade. As atuações de Moore e Qualley são primorosas, com total entrega aos papéis.

Dessa forma, o filme é denso e visceral. E provoca reflexões sobre as pressões estéticas. Isso porque, na busca desesperada por voltar à juventude, a personagem se transforma em uma criatura horripilante. E mesmo nessa forma monstruosa, ela ainda tenta resgatar a beleza com brincos e chapinha. Na televisão, por exemplo, em um ato de catarse, é como se ela gritasse: “Eu dei meu sangue e quanto mais eu dei, mais me cobraram”.

Explicação do filme A Substância

Ao jorrar sangue descontroladamente, ela ainda tenta se apegar a quem era, gritando: “Ainda sou eu!”. No entanto, os empresários a empurram, horrorizados. E negam qualquer participação no processo de sua destruição. Até mesmo a mãe, que antes a incentivava a seguir por esse caminho, se assusta com a cena. Assim, cada detalhe do filme expõe a desumanização gerada por essa pressão. E a criatura revela-se produto de uma sociedade que todos, mesmo que negando, ajudam a construir. Portanto, “A Substância” te força a questionar: qual a sua parcela de responsabilidade nisso tudo?

A Substância está disponível na HBO Max

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Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Mestranda em Literatura pela UFPel, é também especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG). Além disso, ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Ela também é radialista, tendo trabalhado por 15 anos como produtora e debatedora do programa Rádio Vivo, na Itatiaia. E é autora de livros como “Minha vida de trás pra Frente” (2017), “Camaleônicos” (2019) e “Autismo no Feminino” (2022).

Em 2019, Selma recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Além dele, ganhou Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. E é membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022. Como crítica de cinema, é formada no curso “A Arte do Filme”, do professor Pablo VIllaça. Também é mentora em “Comunicação e Diálogo” para comunicação eficaz e um diálogo construtivo nos Relacionamentos Interpessoais, Sociais, Familiares, Profissionais e Estudantis.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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