Crítica: "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (2005) - O Mundo Autista
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Crítica: “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (2005)

Qual é a sinopse de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton? Crítica da adaptação de Tim Burton para o livro de Roah Dahl.

Qual é a sinopse de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton? Crítica da adaptação de Tim Burton para o livro de Roah Dahl.

Qual é a sinopse de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton? Crítica da adaptação de Tim Burton para o livro de Roah Dahl.MISSI PYLE, JOHNNY DEPP, ADAM GODLEY and JORDAN FRY in Warner Bros. Picturesí and Village Roadshow Picturesí fantasy adventure ìCharlie and the Chocolate Factory,î distributed by Warner Bros. Pictures. PHOTOGRAPHS TO BE USED SOLELY FOR ADVERTISING, PROMOTION, PUBLICITY OR REVIEWS OF THIS SPECIFIC MOTION PICTURE AND TO REMAIN THE PROPERTY OF THE STUDIO. NOT FOR SALE OR REDISTRIBUTION.

O filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de Tim Burton, é uma experiência cinematográfica prazerosamente divertida, visual e sonoramente mágica. Também é uma obra repleta de profundidade e subtextos. Com isso, revela profunda conexão entre o diretor e o escritor Roald Dahl. Além disso, a versão de 2005 desenvolve o enredo com maior densidade emocional do que a adaptação clássica de 1971, embora a troca da sugestão do bizarro por explicações curiosas possa desagradar aos fãs saudosistas.

Assim como Dahl, Burton possui uma imaginação visual extravagante, um olhar atento aos sofrimentos da infância, críticas ao senso comum e aos valores adultos. Ambos, além disso, manifestam um senso de humor perverso. Afinal, nas obras infantis de Dahl, os adultos frequentemente ganham punições por sua ignorância e grosseria, geralmente pelas próprias crianças. Já em “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, os pais indulgentes e neuróticos recebem os castigos por meio dos filhos que eles próprios ajudaram a tornar mimados e arrogantes.

Qual é a sinopse de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton?

Diferente do clássico de 1971, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” de Tim Burton centra o enredo no jovem Charlie. Assim, a história nos apresenta a família Bucket, que vive na extrema pobreza. Charlie dorme em um sótão precário, enquanto seus quatro avós dividem a mesma cama. Sua mãe, papel de Helena Bonham Carter, mantém a serenidade em casa, enquanto o pai, Noah Taylor, busca emprego. O avô Joe, vivido por David Kelly, recorda com carinho as décadas em que ele e toda a vizinhança trabalhavam na fábrica de chocolate.

Quinze anos antes do início da narrativa, Willy Wonka demitiu seus funcionários e lacrou os portões de sua fábrica. Mesmo assim, o mundo continua a desfrutar dos produtos Wonka. O que levanta a questão: como Willy os produz? Inesperadamente, Wonka anuncia um concurso. Nele, as cinco crianças que encontrarem bilhetes dourados em suas barras Wonka terão os portões da fábrica, há muito tempo fechados, abertos para elas. E Willy as guiará pessoalmente em um tour. Também há a promessa de uma surpresa especial para uma delas.

Crítica da adaptação de Tim Burton para o livro de Roah Dahl, A Fantástica Fábrica de Chocolate

A magia da fábrica é revelada logo nos créditos iniciais, em uma sequência animada que simula uma montanha-russa. E ao entrarem, as cinco crianças e seus acompanhantes adultos são recebidos por uma visão deslumbrante: uma paisagem açucarada com rios de chocolate, árvores de guloseimas e montanhas de doces. Afinal, por trás de suas portas trancadas, Willy criou este ambiente fantástico. À medida que o passeio avança, descobrimos o segredo de sua força de trabalho: os Oompa Loompas, trabalhadores sinceros e dedicados. Aliás, todos eles são idênticos e interpretados pelo peculiar Deep Roy.

Comprovando a inteligência e a relevância do texto de Roald Dahl, esta adaptação resgata os mesmos arquétipos do livro. São eles: Augustus Gloop: o guloso, cuja autoindulgência alimentar é incentivada pelos pais; Mike Teavee: o alienado, viciado em videogames e computadores (substitutos óbvios da televisão); Violet Beauregarde: a competitiva, que encarna o pragmatismo americano do “vencer a qualquer custo”. e Veruca Salt: a mimada, acostumada a conseguir tudo o que deseja. Essas características geram comentários por meio das divertidíssimas canções interpretadas pelos pequenos Oompa Loompas.

Conclusão

Além de envolver graças às interpretações marcantes, principalmente de Johnny Depp e Freddie Highmore nos papeis de Willy e Charlie, a versão de Tim Burton é um espetáculo impressionante. Afinal, do magnífico jardim comestível com sua cascata de chocolate à humilde casa da família Bucket, que recebe forte influência do expressionismo, os cenários são fenomenais.

Além disso, ao incluir trechos do livro de Dahl que foram omitidos na versão de 1971, Burton expande o mundo fantasioso de Wonka. Nesse sentido, a sequência da construção de um imenso palácio feito inteiramente de chocolate merece destaque. Há também várias referências interessantes a clássicos do cinema, como “Psicose” e “2001: Uma Odisseia no Espaço”.

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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